sábado, 10 de julho de 2021

PAIXÃO & NEGÓCIOS

 ALCANÇAR UM SONHO PARA CONQUISTAR MERCADO

Em Colatina, empresário investe em clássico de olho no segmento de festas e eventos

Antes do Opala, Benacchio teve um Fusca e um Corcel II - Fotos Arquivo Pessoal

 Por Guilherme Augusto Zacharias

Tudo começou com um susto. Ao contrário da maioria das paixões arrebatadoras, que acontecem quando a gente põe os olhos em algo ou em alguém que nos transmite beleza, suavidade, confiança, respeito ou qualquer outra sensação positiva de atração, o amor desse empresário pelo Antigomobilismo teve início com um pequeno incidente, mas que poderia até mesmo terminar em tragédia.

Marinelson Benfatti Benacchio, 43 anos, teve o seu primeiro contato com a direção de um Antigo quando, aos 10 anos de idade, teve que correr atrás de um Fusca prestes a disparar ladeira abaixo. Ao alcançá-lo, Benacchio não só parou o arisco fusquinha como também conseguiu estacioná-lo em segurança, evitando o pior.

“Não havia ninguém por perto, e eu tive que tomar uma decisão rápida, porque o Fusca do meu tio começava e descer a ladeira... Nunca havia colocado a mão em um volante”, lembra.


Arte/Montagem CM

Anos mais tarde, Benacchio teve a oportunidade, agora com tranquilidade, de dirigir uma Brasília 1978, de propriedade do mesmo tio. Daí para frente, a paixão e o envolvimento com o Antigomobilismo só aumentaram. A partir de 2013, um Fusca e um Corcel II LDO passaram a ser os 'xodós' de Marinelson, época em que o empresário teve a oportunidade de participar de dois dos muitos Encontros de Antigos que prestigia desde então.

"Eu nem sabia que existiam clubes por montadora ou marca quando fui a esses dois primeiros eventos; fiquei encantado com tudo que vi". 

Em 2019, já sem o Corcel e o Fusca, Benacchio adquiriu um Opala de Luxo, Cupê, 4 cilindros, ano 1975. Ele conta que comprou o carro em excelente estado de conservação do motor, lataria e pintura, mas teve que refazer a suspensão, freios, rodas, pneus e acessórios, colocando "tudo original". O resultado é um clássico Chevrolet cada vez mais próximo da total originalidade.

'Não tenho a intenção de pôr Placa Preta, mas esse Opala, ainda que dependa da avaliação de um profissional, está bastante original, porque só reponho peças e acessórios genuínos", diz.


Quase cinquentão, esse Opala vai se aproximando da total originalidade.

Nos Encontros de Antigos, sempre um dos destaques.

      
O Chevrolet Opala marcou época na indústria automobilísiti.ca brasielira


Investimento

Curiosamente, mesmo sendo um entusiasta do Antigomobilismo, Marinelson diz que a compra do Opala se deu também por outros motivos que vão além de satisfazer o sonho em ter esse ícone da GM para chamar de seu. De olho no mercado, o empresário se prepara para conquistar o segmento de cerimônias de casamentos, aniversários de 15 anos e outros eventos do gênero, onde os Antigos são cada vez mais requisitados.


Marinelson vislumbra um mercado promissor no segmento de cerimoniais.

"O objetivo maior em ter esse clássico, além dos passeios esporádicos com a família, sem a intenção de ir à captura de troféus nos eventos (risos), será usá-lo em palcos, casamentos, debutantes... Esse projeto já está em andamento para provavelmente ainda este ano", revela.

Benacchio é um assíduo frequentador de Encontros.


Clube

Em 2015, Benacchio e um amigo, Whesley Silvestre, deram início a formulação do estatuto de um clube de Antigos, criando o Primitivus Volks e Cia, hoje com 12 membros e mais de 14 mil seguidores no Facebook. Sem uma sede fixa, as reuniões mensais acontecem em qualquer estabelecimento comercial que tenha espaço disponível para abrigar os carros.

"Desde 2020 não estamos nos reunindo, por conta da pandemia. Mas já tivemos muitos sócios, pessoas muito especiais por quem carregamos uma carinho muito grande", conta Marinelson, que atualmente preside o Primitivus.

Em 2015, foi criado o Primitivus Volks e Cia.

Para ser sócio, o proprietário do Antigo deve preencher alguns requisitos estabelecidos pelo clube, como o explica Marinelson.

"Para ser membro, não é possível ser apenas um entusiasta, mas possuir um veículo antigo, de qualquer marca, abaixo de 1990, sendo Placa Preta ou não, e que aceite usar nosso uniforme nos Encontros, adesivar o vidro do veículo e participar sempre que possível das nossas reuniões ordinárias ou dos eventos, para colocarmos o papo em dia e também para os comboios ficarem bonitos e coloridos", encerra Benacchio.

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