quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

ACELERADAS


OFF ROAD, NÃO

Foto Raphael Matuchaki


Ao aceitar o convite de um amigo, também motociclista, para dar um passeio em Resplendor (MG), o fisioterapeuta e sommelier de cervejas Raphael Matuchaki não imaginava que iria participar de uma verdadeira trilha pelo interior daquele município mineiro.


Raphael, que é proprietário de uma Harley Davidson Night Rod - considerada uma fera no asfalto pelas suas características de robustez do conjunto e elasticidade na motorização, além de muito boa em retas e curvas - ‘descobriu’ da pior maneira que sua moto não nasceu para estradas de lama esburacadas e pedregulhadas.


O saldo negativo foi um um calço do motor quebrado e as dores pelo corpo ao final da aventura.


A PLACA É PRETA

Foto Internet 

No final, prevaleceu o bom senso. Depois de sete anos de suspense, apreensão e mobilização das agremiações de carros antigos, desde a assinatura da Resolução Mercosul nº 33/2014, que obrigava o uso das novas placas de identificação nos veículos no Brasil, os antigomobilistas voltam a respirar tranquilos com relação à placa Mercosul para os Antigos com o mínimo de 80% de originalidade. 

A boa e velha Placa Preta permanecerá chancelando aquelas raridades sobre rodas que alcançaram a plenitude da originalidade ou que estão muito próximas dela. É o que determina a mais recente resolução do Conselho Nacional de Trânsito - Contran.


MERCADO DE OURO



A Federação Internacional de Veículos Antigos - FIVA divulgou recente pesquisa socioeconômica, elaborada pela JDA Research, do Reino Unido, sobre os números do mercado antigomobilista no Brasil. Foram entrevistados 1.097 proprietários e entusiastas de Antigos. A pesquisa foi feita online entre os meses de agosto e novembro de 2020.


Além da pesquisa virtual, a JDA Research apurou diversos dados sobre o Antigomobilismo no Brasil que revelam números impressionantes. Dentre outras informações, a pesquisa mostra que, hoje, o País conta com 3,2 milhões de Antigos Históricos, cerca de 3% da frota de veículos no Brasil.


Mais impressionante ainda são os valores que envolvem todo o segmento antigomobilista por aqui. Entre gastos diretos e indiretos, compra e venda de veículos antigos e eventos da categoria, os antigomobilistas injetam no mercado nacional cerca de R$ 32,6 bilhões todos os anos.


Conheça os detalhes da pesquisa acessando aqui


NEM NOVO NEM ANTIGO

Foto Amba

Em alguns lugares do mundo nunca haverá um passeio de carro, antigo ou novo. E um desses lugares será a cidade de Neon, na região noroeste da Arábia Saudita, que está sendo construída para ser um local sem veículos, sem estradas e sem emissão de carbono, com 95% de sua extensão em área verde. 

Anunciado em 2017 pelo governo saudita, o projeto da megacidade futurista começou a ser executado em 2021 e deverá terminar em 2024.

Com investimentos em torno de U$ 500 bilhões, Neon foi apresentada pelo príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman à imprensa como “The Line”, a cidade que poderá acomodar um milhão de habitantes nos seus 170 km de comprimento.


Conheça mais sobre a megacidade saudita, aquela onde os antigomobilistas provavelmente nunca irão se reunir, aqui (com a AMBA).


MERECER, MERECE

Foto Jefté Dias

Este Ford Custom 1951 é o ‘patinho feio’ da Garagem do Futrica, do advogado colatinense Wellington Bonicenha, colecionador com pouco mais de duas dezenas de Antigos. Ainda não se sabe se o modelo ficará para a posteridade do jeitinho que se apresenta ou receberá a merecida restauração para poder brilhar na companhia de outras raridades acomodadas naquele precioso reduto. É esperar para ver.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

CONFRATERNIZAÇÃO

NORTE CLUBE DÁ ADEUS A 2021


                       


A confraternização de fim de ano do Norte Clube Carros Antigos de Colatina aconteceu no último sábado (4/12), no galpão do empresário Alacides Zaché, no bairro Barbados. Com a presença de sócios e convidados, a festa teve início ao meio-dia, finalizando ao cair da noite. 


Fiquem com as fotolegendas:

Alacides Zaché e Eduardo Marianelli, presidente do Norte Clube, para quem o ano de 2021 foi positivo para o Antigomobilismo de Colatina. "Apesar de todas as dificuldades, tivemos três grandes eventos na cidade, que foram a Carreata Cívica, o Mega Pit Stop e encerramento do ano com esta confraternização de hoje; esperamos um 2022 melhor ainda". Foto João Batata   

                     




    
Antigos impecáveis adornavam o ambiente com suas reluzentes camadas, enquanto antigomobilistas comemoravam mais um ano de convivência. Ao final do evento, as despedidas 'emborrachadas' de praxe. Fotos Jefté Dias/Kako Brandão/Norte Clube


ACELERADAS NA CONFRATERNIZAÇÃO


QUANTO MAIS CEDO, MELHOR
O empresário Jadson Galon, junto ao filho de mesmo nome, prestigiou o evento com seu Opala de Luxo 1973, uma das raridades de seu acervo de mais de dez Antigos. Galon Filho acompanha o pai no gosto pelo Antigomobilismo e, aos nove anos de idade, inicia também outra predileção: aprender bem cedo a dirigir automóveis. Antigos ou não. Fotos Jefté Dias

EXEMPLAR ÚNICO
Há onze anos nas mãos do cirurgião dentista Michel Santiago Boti, este impecável Buick Le Sabre 1966 tem a maioria dos itens que um super luxo pode oferecer, entre eles, transmissão automática, banco dianteiro bipartido elétrico, ar condicionado, vidros e portas elétricos... E uma Placa Preta atestando a originalidade de todos esses diferenciais.  Segundo Boti, esse Le Sabre 66 é o único exemplar em terras brasileiras cadastrado no Detran. 

O ESPECIALISTA
Os convidados da festa de encerramento do ano do Norte Clube puderam saborear o churrasco preparado pelo churrasqueiro Marcos José Pinheiro, o Marcão. Em suas mãos, cortes de picanha, carneiro, alcatra, frango e linguiça ganham aromas e sabores especiais, o que valorizou ainda mais a confraternização. Marcão atua com sua equipe de garçons em qualquer tipo de evento onde o churrasco é o prato principal.  

 POLARA AMERICANO
O engenheiro mecânico Giovani Machado Oleoza, especializado em carros antigos e de competição, é dono de alguns modelos clássicos da Chrysler, entre eles este Dodge Polara Custom 1973. Oleoza é membro da CLAVA, Clube dos Admiradores de Veículos Antigos do Espírito Santo, e também do Chrysler Clube do Brasil (SP). No Brasil, a Chrysler produziu o Dodge Polara 1800, um carro de dimensões bem inferiores ao modelo americano, fabricado entre 1973 e 1981.


LIMPEZA PURA
Os amigos Sérgio Guerra e Flávio Zaché são proprietários dos ferros-velhos mais antigos de Colatina, o LG Sucatas e o Fercol. Apesar de concorrentes, eles colocam à frente a amizade de mais de 20 anos e uma convicção em comum: que o estigma em torno dos ferros-velhos tradicionais, tidos como 'poluidores', precisa ser revisto pela opinião pública e pelo poder público. "Nossa atividade é saneadora; o ferro-velho colabora na limpeza da cidade porque recolhe as sucatas e envia para a reciclagem. O que fica, é monitorado para que não haja a proliferação de mosquitos da dengue", desabafam. 

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

ACELERADAS


 

REDONDO E AMASSADO


Fotomontagem See-ming Lee/CM

O artista plástico indonésio Ichwan Noor participou, em maio passado, da Art Basel, uma feira de arte contemporânea, que aconteceu no Centro de Convenções e Exposições de Hong Kong (CN), com cinco esculturas de fuscas em forma de bola. Batizada de Beetle Sphere, as esculturas são feitas de peças de fuscas fabricados na década de 1950, misturadas com poliéster e alumínio.
Noor também se notabilizou em criar esculturas cúbicas de carros antigos, e, segundo ele, sua arte "representa a interação entre humanos e o reino dos automóveis, com forte tensão espiritual que afeta o subconsciente e que produz uma nova atitude 'animista'" (ufa!).    


LAGINHA NO CIRCUITO DOS ANTIGOS


Foto arquivo pessoal

Em Laginha do Pancas, o restaurador Raulino Haase (foto) acaba de reformar essa picape D20 Verde Nairobi 1994, um neoclássico da linhagem '20' da General Motors dos mais valorizados pelos antigomobilistas. Haase também está restaurando um Jeep 1974.
Mas não apenas as restaurações de Raulino colocam Pancas no circuito do antigomobilismo. A cidade já entrou para o calendário estadual com a realização dos Encontros de Antigos, que acontecem anualmente, paralelamente a outro evento dos mais badalados do Espírito Santo, em Laginha: o Pomerfest, uma celebração à colonização pomerana naquele município.


CAÇA AOS TESOUROS

Foto Vanildo dos Santos

Nossas andanças sempre nos levam ao fascinante mundo dos Antigos. Desta vez, no sábado 20, à Garagem do advogado Wellington Bonicenha, o popular Futrica. Ao centro, o também advogado e designer gráfico Jefté Dias. À direita, este escriba. 


VÍDEO: A ORIGEM DOS NOMES DAS MARCAS



Quase na sua totalidade, as grandes marcas de automóveis foram batizadas com o nome de seus fundadores. É o que mostra este interessante vídeo da Best Car. 


PARECIA, MAS NÃO ERA


Fotomontagem CM

Entre os anos 1955 e 1975, as alemãs Volkswagen e Karmann, em parceria com a italiana Ghia, produziram mais de 445 mil Karmann Ghia. No Brasil, o esportivo chegou a 23 mil unidades produzidas de 1962 a 1975. Em 1970, a Volkswagen do Brasil lançou o Karmann Ghia TC (Touring Coupé), com alguns diferenciais com relação ao modelo anterior. 
Considerado uma 'solução caseira' pela montadora, para atrair o consumidor brasileiro, esse esportivo vinha com motor de 1600 cc, 65 cv, freio a disco na dianteira, novo desenho para os para-choques e, o mais importante, com a 'cara' do Porsche 911, o esportivo alemão que só pôde ser comparado ao TC pelo visual assemelhado, e mais nada.   

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

ACELERADAS


NO MEGA PIT STOP

O Mega Pit Stop foi o primeiro evento automotivo de grande porte em Colatina.
Foto GAZ


O 1º Mega Pit Stop Colatina, evento automotivo realizado entre os dias 22 e 24 de outubro passado, na Área Verde da avenida Senador Moacyr Dalla, se, aparentemente, não chegou a ser um sucesso absoluto de público - até o fechamento desta coluna, os organizadores não tinham divulgado o número de visitantes - foi bastante exitoso quanto a troca de experiência e conhecimento entre as empresas participantes e consumidores, como atesta o presidente do Grupo Motocap, Vitor Gobbi, que participou do evento ao lado das empresas Honca Moto Scarton, Balarini Eletrodiesel, Auto Mec, Climacar e Fullgas.



Parte da equipe da Motocap no evento.
Foto Jefté Dias


“Apesar de ter participado de outros eventos similares, do nível desse foi a primeira vez; tivemos a oportunidade de conhecer outros parceiros, outras tecnologias, outros métodos de trabalho… Além disso, pudemos mostrar a nossa marca e trazer o cliente até o nosso estande, proporcionando a ele preços e mercadorias competitivos, mostrando a nossa infraestrutura in loco”.



Vitor Gobbi junto às diretoras Christini Arivabeni Gobbi e Ceyla Machado Gobbi.
Foto GAZ

Um dos serviços oferecidos gratuitamente no Mega Pit Stop foi o diagnóstico de quase 60 itens de motorização, frenagem, suspensão e parte elétrica, entre outros, além da lavagem a seco ecológica, com produtos biodegradáveis, o que agradou em cheio àqueles que levaram seu carro ao evento. 


Eliemar Júnior aprovou a primeira edição do Mega Pit Stop do interior do estado.
Foto arquivo pessoal

“Eu achei muito bom; um evento como esse precisa ser valorizado, porque além de fortalecer as empresas da região, ajuda muito pra quem não consegue um tempo para cuidar do carro durante a semana. Melhor ainda seria se a gente pudesse deixar o carro ali no início (do diagnóstico) e pegar ele limpinho com o chek-up completo, enquanto aguardava o chope oferecido pelos organizadores… Mas aí já seria demais”, brinca Eliemar Júnior, CEO da Flexpoint, empresa de desenvolvimento de soluções web. 


'CULPADO'


Esse Karmann Ghia foi a fonte inspiradora para a criação da Cilindradas Magazine.
Foto GAZ

No início de 2008, quando viu pela primeira vez esse Karmann Ghia 1971, do boa praça colatinense José Marcos Holzmeifter, conhecido como Tomé, foi que este editor teve a ideia de publicar a primeira revista impressa sobre carros antigos do Espírito Santo. Treze anos depois, esse ícone continua impecável nas mãos de Tomé, que há mais de 40 anos é proprietário de outras duas raridades, um Mercury Eight 1947 e uma Yamaha TX 650cc 1973.    



ALMA ELETRÔNICA

Silvano Dias é especialista em componentes eletrônicos automotivos.
Foto Jefté Dias

Seu carro é novo, está com a revisão em dia, o tanque de combustível cheio... Mas, 'do nada', te deixa na mão quando você menos espera. Nesses casos, que não são raros, muito provavelmente a origem do problema tem a ver com a falha em algum componente eletrônico, inserido em um módulo conhecido como ECM -Engine Control Module, em inglês - Módulo de Controle do Motor, encontrado em todos os carros de injeção eletrônica.  

Silvano Dias, dono da Mecânica Eletronick, de Colatina, especialista em componentes eletrônicos automotivos, explica que o ECM, um verdadeiro 'cérebro' do sistema de injeção eletrônica dos automóveis, é responsável pelo funcionamento de alguns atuadores veiculares, como a bomba de combustível, bicos injetores, bobina de faísca, ventoinha de arrefecimento, motor de passo e até uma válvula de nome esquisito chamada de purga do cânister.

"Essa central eletrônica é responsável por executar diversas funções de controle do veículo e, às vezes, uma ou mais dessas funções não funciona adequadamente, podendo causar pane no sistema eletrônico", explica Dias.


MAVERICK GT

Fotos GAZ

Hoje, na Viafor Colatina, me deparei com esse Ford Maverick GT, ano 1975, de propriedade do empresário Leonardo Demoner. Há 15 anos na família, esse 'nervoso' esportivo V8 302 de 46 anos tem lugar de destaque em meio às raridades automotivas da coleção do empresário.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

MAVERICK ENGANADOR

SUPER LUXO SUPER MODIFICADO


Um inocente 4 cilindros transformado em um nervoso V8 de 5 marchas.

Por fora, um Super Luxo; por dentro, um V8 apimentado.
 Fotos: Jefté Dias

           

Por Guilherme Augusto Zacharias

Entre os apaixonados por carros antigos, há os colecionadores, os somente admiradores e aqueles proprietários que fazem de suas relíquias um verdadeiro laboratório de experiências. O mecânico colatinense Mayke Teixeira Andrade, especialista em mecânica Ford, já nasceu dono desse Maverick Super Luxo, adquirido zero km por sua mãe, em 1976. 


Na mesma família há 45 anos.

             

Mayke, que é chefe de oficina da Viafor Colatina, é um irrequieto 'artesão', que ao longo dos anos vem fazendo modificações e adaptações em seu Maverick, deixando-o mais potente e com melhor performance. No lugar do original motor 4 cilindros, ele colocou um V8; a caixa de câmbio foi trocada por uma de picape Ford F1000 4.9, de 5 marchas. "Além disso, coloquei injeção eletrônica, com bobinas individuais, e vinil preto no teto, para dar um destaque", conta.


Mayke cuida, mas exige o máximo de seu Maverick.


Ele revela que usa o seu Maverick no dia a dia, e apesar de todo o empenho em deixá-lo cada vez mais aperfeiçoado mecanicamente, não tem pena em exigir o máximo do seu possante. "Cada vez que saio com ele, é um cacete que dou; queimo pneus, dou cavalo de pau... Tenho esse carro para usar, não para expor".  

Um carro usado no dia a dia.


O Maverick foi lançado nos Estados Unidos no fim da década de 1960, quando a Ford percebeu que os importados europeus e asiáticos começavam a tomar conta do mercado automotivo americano. No Brasil, surgiu em 1973, justamente o ano da crise mundial do petróleo, fatal para as pretensões da montadora em emplacar por aqui um veículo que não era nem de longe um primor de economia. Em 1979, o Maverick dá adeus ao mercado brasileiro com pouco mais de 108 mil unidades vendidas.


No Brasil, o Maverick foi lançado em 1973.

ACELERADAS EM CILINDRADAS

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